"... eu não demorei muito, apenas peguei um papel e uma caneta. Rabisquei algumas palavras que me provocaram o dia todo; elas fizeram sentido, quando as coloquei em ordem:
'essa luta constante por não deixar que quem eu amo vá embora, mesmo com o mal que me façam, me fez perceber que não importa para onde se vai e sim com quem se está indo. Muito menos importante é o mal que ela lhe fará! O amor ainda não é menor que a treva. Enquanto ele existir, eu estarei correndo para encontrar quem eu amo.
Eu acredito que a transformação do mal para bem está na fé. Não é fácil e não precisa ser. Se fosse fácil não seria prazeroso a recompensa.
Eu ainda não aprendi a me esconder. Eu amo o bem mesmo que isso inclua o mal, assim, amo quem eu amo pelo mal e pelo bem; não sou capaz de fazer alguma escolha e seguir feliz, se não estou completa.
Se já me fez bem e poderá me fazer mal, eu não vou correr. Não posso e não consigo. Eu fico e me perco junto nesse mal. Afinal, que mal faz, quando só se quer bem?'
E.C.M."
“A leitura faz o homem completo; a conversa torna-o ágil; o escrever torna-o preciso.” Francis Bacon
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
O vão do perto
"Não é a distância que separa dois corações. O que os separa é a saudade. A distância é um convivio permanente: ela sempre estará lá, mesmo quando, você não estiver.
Não é preciso de milhas para se sentir sozinho; o silêncio, o escuro e o medo, são os ingredientes não-secretos da distância.
'Um ao lado do outro, assim que deveria ser', pensamos. E qual abismo separa os lados, quando a verdade é dita, quando o amor é quente? A distância esta mais perto do que se pode imaginar, os abismos somos nós que causamos pouco a pouco.
O simples é o socorro certo para quem quer retornar e recomeçar. Se pouco a pouco destruimos o que estava bem perto, pelo pouco teremos de volta, por mais que a nossa paciência seja testada e nosso coração fique sangrando. Não é preciso muito: o minimo de si e todos estarão em um só. Sem distâncias e medos. Somente unidos."
Não é preciso de milhas para se sentir sozinho; o silêncio, o escuro e o medo, são os ingredientes não-secretos da distância.
'Um ao lado do outro, assim que deveria ser', pensamos. E qual abismo separa os lados, quando a verdade é dita, quando o amor é quente? A distância esta mais perto do que se pode imaginar, os abismos somos nós que causamos pouco a pouco.
O simples é o socorro certo para quem quer retornar e recomeçar. Se pouco a pouco destruimos o que estava bem perto, pelo pouco teremos de volta, por mais que a nossa paciência seja testada e nosso coração fique sangrando. Não é preciso muito: o minimo de si e todos estarão em um só. Sem distâncias e medos. Somente unidos."
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Adversidade construtiva é adversidade amiga.
"Ninguém é uma coisa só: feliz ou triste, amigo ou inimigo. O feliz só é feliz por que já provou da tristeza; o triste só é triste por que ainda não conhece a felicidade... Amigo, só é amigo quando conhece de perto o que um inimigo é capaz e, justamente por isso, não quer isso para quem se ama.
Por essência você pode ser rancoroso, caridoso e humilde. Pelo externo você faz com que qualidades e defeitos se alterem.
O dia amanheceu lindo, da janela da para ver pássaros cantando e um sol acolhedor. A noite vem e a tempestade leva sua casa, e o horizonte. De dia alegre à noite triste.
Raro encontrar quem não altera o interno pelo externo; isso não é defeito e não pode ser chamado de qualidade. É a transição necessária não apenas para descobrir se és ou não algo, mas para descobrir em essência do que se é capaz de ser. São as diversas cores tentando entrar em harmonia: é como o arco-íris após a chuva. E é essa chuva temporária que somos a cada dia, nos compõe únicos. Únicos de vários ângulos, de uma só face que está em constante mudança: formar na carne o que se é na alma.
A vida ensina, e trasnformar isso para dentro é independente, tanto para o mal como para o bem. É claro que, o caminho do bem é longo, mas é o único que floresce.
Repito, ninguém é uma coisa só. Se aquele for tão perfeito, para poder se-lo, existe uma composição de atitudes em geral: adjetivos.
Por isso, permirtir-se ser inconstante, tendo o bem como guia, nos faz chegar à quem realmente somos. Realmente é preciso acreditar-se que o inimigo não é somente inimigo. Ele possue amigos e há quem se amar. Este caminho te levará a perceber que este ser tão distante de você está tão próximo do que se imagina; ai está o motivo pelo qual a fé não nos abandona nunca, tanto nas escolhas como na essência da construção.
Por essência você pode ser rancoroso, caridoso e humilde. Pelo externo você faz com que qualidades e defeitos se alterem.
O dia amanheceu lindo, da janela da para ver pássaros cantando e um sol acolhedor. A noite vem e a tempestade leva sua casa, e o horizonte. De dia alegre à noite triste.
Raro encontrar quem não altera o interno pelo externo; isso não é defeito e não pode ser chamado de qualidade. É a transição necessária não apenas para descobrir se és ou não algo, mas para descobrir em essência do que se é capaz de ser. São as diversas cores tentando entrar em harmonia: é como o arco-íris após a chuva. E é essa chuva temporária que somos a cada dia, nos compõe únicos. Únicos de vários ângulos, de uma só face que está em constante mudança: formar na carne o que se é na alma.
A vida ensina, e trasnformar isso para dentro é independente, tanto para o mal como para o bem. É claro que, o caminho do bem é longo, mas é o único que floresce.
Repito, ninguém é uma coisa só. Se aquele for tão perfeito, para poder se-lo, existe uma composição de atitudes em geral: adjetivos.

Isso não é uma receita, mas é algo natural: fazemos sem perceber. Pode demorar o tempo que for, mas um dia, a janela que a chuva levou, deixando a distância tomar conta do nosso horizonte nos dando amarguras, volta a nos fazer ver o sol nascendo devolvendo alegria e o arco-íris juntando suas cores em uma única direção.
Essa transição de mudanças não se estabiliza, isso altera-se com o tempo, e é como lidamos com as situações que chegamos um pouco perto do 'quem eu sou'. "
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Você é a música em mim.
"Foi nos acordes do violão que eu descobri que ainda penso em você. Foi no ápice da música, no momento em que o coração bate no ritmo da melodia, que eu descobri que eu estou te esperando.
Eu não sei onde você está, o que está fazendo e nem quem é. Mas eu te sinto tão perto, penso até que está próximo. Aquela intuição boba diz que não. Diz que você está longe, " ainda falta um pouco".
Não sei no que acredito, por que não sei se é verdade. Se você for assim, tão real quanto parece, pode demorar o tempo que for. Eu te espero.
Eu vou saber quem é você pela cor dos seus olhos, pelo seu sorriso e pelo seu cheiro, afinal, meu coração saberá igualar o que eu sinto quando ouço música e fecho os meus olhos, como quando eu abri-los para te ver. É o mesmo sabor.
Eu sei que saberei... "
Eu não sei onde você está, o que está fazendo e nem quem é. Mas eu te sinto tão perto, penso até que está próximo. Aquela intuição boba diz que não. Diz que você está longe, " ainda falta um pouco".
Não sei no que acredito, por que não sei se é verdade. Se você for assim, tão real quanto parece, pode demorar o tempo que for. Eu te espero.
Eu vou saber quem é você pela cor dos seus olhos, pelo seu sorriso e pelo seu cheiro, afinal, meu coração saberá igualar o que eu sinto quando ouço música e fecho os meus olhos, como quando eu abri-los para te ver. É o mesmo sabor.
Eu sei que saberei... "
E. C. M
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Sangue 2 (continuação)
Sua pele agora fresca, fazia o vermelho que espalhou-se pelo corpo, muito mais nítido. Era fácil ver que, sua cor pálida era irreversível, não havia mais brilho.
Não soube decifrar o que ocorrera momentos antes da cena teatral, mas agora com os cabelos úmidos espalhados pelo seu peito quente, a realidade lhe batia, atordoava-lhe a alma; agulha no fogo: o ferro na pele.
Mordia os lábios e sentia o gosto interno, o sangue que ficou, do que não vivia mais.
Espalhou, diluindo o sangue, as gotas de lágrimas que acompanhadas de uma face sem-expressão, multiplicaram-se quando o silêncio foi a única música que se ouvia. Os batimentos estavam estáveis, por isso não os ouvia; não há como bombear sangue, quando o seu amor está nos seus braços, implorando-lhe calada que o seu beijo seja o veneno de salvação, que lhe traga de volta a vida - que foi tirada por você. Não há melodia mais propícia do que o silêncio, quando a realidade é areia virando vidro. Transparante e sólido.
Deixou cair sobre os olhos, agora fechados para o mundo, a sua lágrima. Sua dor, era a dor dela. Mas ela não sentia, não podia mais enxurgar suas lágrimas e dizer que tudo ia ficar bem; o crime foi cometido, ela se foi.
Encostou a cabeça no seu peito, pensando estar ouvindo o seu coração voltar a bater. É mais fácil não ter culpa quando roubamos virtudes de alguém e achar que há solução, do que pensar que tudo está perdido, assim, a dor se torna menor, menos densa, mais líquida.
Uma nuvem negra se espalhou sobre o ambiente e, o que se ouvia eram lembranças doces. Um sorriso parecia medonho agora, mas quem é que contém as lembranças quando elas vem no momento de dor? Sentiu que, seu riso era fugaz, era sombrio. Não tinha vida. Aliás, tinha, o que não tinha era motivo para viver.
Vendo o seu rosto ainda pálido, imóvel, seco e frio, teve a ância de aproximar-se e beijar o ultimo doce beijo. Limpou com a mão o percurso que o sangue havia feito na pele - do que agora parecia um anjo - deitou as mãos sobre os ombros, ensopando a camisa. Aproximou dos labios, e quanto mais chegava perto, mais vontade tinha de se juntar para a eternidade aquele corpo, pelo amor que sentia e escorria do seu rosto, pela vontade imensa de corrigir o erro, e voltar ao tempo em que o sorriso tinha motivo.
Não teve coragem de revelar o desejo que sentia beijando-lhe. Apenas disse, calmo, sussurrando:
- A morte, que sugou o mel do seu hálito, não teve poder contra sua beleza.*
Um barulho fez o eco da sala pertencer ao vazio. Agora, com o corpo junto ao seu, suas mãos entrelaçadas não podiam mais sentir.
O que ficou não foram os sentimentos, ele partiu, se afugentou na alma que agora vagava - quem sabe juntos?- o que ficou mesmo, foi o sangue que se espalhava. Foi o sangue derramado de um crime, de amor e ódio, que agora misturavam-se. Fundidos, jamais poderiam se separar, era sangue no sangue, corpo no corpo e vida na morte.
Isso já não importava mais, eles estavam, juntos.
E. C. M.
*Fala de Romeu, em "Romeu e Julieta", pouco antes do seu suícidio.
Não soube decifrar o que ocorrera momentos antes da cena teatral, mas agora com os cabelos úmidos espalhados pelo seu peito quente, a realidade lhe batia, atordoava-lhe a alma; agulha no fogo: o ferro na pele.
Mordia os lábios e sentia o gosto interno, o sangue que ficou, do que não vivia mais.
Espalhou, diluindo o sangue, as gotas de lágrimas que acompanhadas de uma face sem-expressão, multiplicaram-se quando o silêncio foi a única música que se ouvia. Os batimentos estavam estáveis, por isso não os ouvia; não há como bombear sangue, quando o seu amor está nos seus braços, implorando-lhe calada que o seu beijo seja o veneno de salvação, que lhe traga de volta a vida - que foi tirada por você. Não há melodia mais propícia do que o silêncio, quando a realidade é areia virando vidro. Transparante e sólido.
Deixou cair sobre os olhos, agora fechados para o mundo, a sua lágrima. Sua dor, era a dor dela. Mas ela não sentia, não podia mais enxurgar suas lágrimas e dizer que tudo ia ficar bem; o crime foi cometido, ela se foi.
Encostou a cabeça no seu peito, pensando estar ouvindo o seu coração voltar a bater. É mais fácil não ter culpa quando roubamos virtudes de alguém e achar que há solução, do que pensar que tudo está perdido, assim, a dor se torna menor, menos densa, mais líquida.
Uma nuvem negra se espalhou sobre o ambiente e, o que se ouvia eram lembranças doces. Um sorriso parecia medonho agora, mas quem é que contém as lembranças quando elas vem no momento de dor? Sentiu que, seu riso era fugaz, era sombrio. Não tinha vida. Aliás, tinha, o que não tinha era motivo para viver.
Vendo o seu rosto ainda pálido, imóvel, seco e frio, teve a ância de aproximar-se e beijar o ultimo doce beijo. Limpou com a mão o percurso que o sangue havia feito na pele - do que agora parecia um anjo - deitou as mãos sobre os ombros, ensopando a camisa. Aproximou dos labios, e quanto mais chegava perto, mais vontade tinha de se juntar para a eternidade aquele corpo, pelo amor que sentia e escorria do seu rosto, pela vontade imensa de corrigir o erro, e voltar ao tempo em que o sorriso tinha motivo.
Não teve coragem de revelar o desejo que sentia beijando-lhe. Apenas disse, calmo, sussurrando:
- A morte, que sugou o mel do seu hálito, não teve poder contra sua beleza.*
Um barulho fez o eco da sala pertencer ao vazio. Agora, com o corpo junto ao seu, suas mãos entrelaçadas não podiam mais sentir.
O que ficou não foram os sentimentos, ele partiu, se afugentou na alma que agora vagava - quem sabe juntos?- o que ficou mesmo, foi o sangue que se espalhava. Foi o sangue derramado de um crime, de amor e ódio, que agora misturavam-se. Fundidos, jamais poderiam se separar, era sangue no sangue, corpo no corpo e vida na morte.
Isso já não importava mais, eles estavam, juntos.
E. C. M.
*Fala de Romeu, em "Romeu e Julieta", pouco antes do seu suícidio.
domingo, 15 de novembro de 2009
Sangue
É quente.
Escorre pelo pescoço; calmo e úmido. Percorre a pele em um caminho sem rumo. Não tem direção, não sabe para onde está indo, mas sabe de onde vem. Talvez, não saiba o porquê. Ele sabe que é vermelho.
O gosto de ferro fundido com açucar, continua escorrendo pelo pescoço, esquivando-se dos ombros... Parando lentamente pelo peito, escolhendo por onde deve seguir o curso, em quanto atrás o rastro vermelho de fogo vai deixando as migalhas; chega até o centro e fica lisongeado por estar perto do coração. O que os separa é a pele, que agora arrepiada, sentindo o poder da flama, tenta expulsar com a intenção de deixar que o calor interno se espalhe com o fogo lá fora que desce, desce e desce.
É o corpo contra o corpo. A mente sem entender o por que, o coração batendo, querendo as gotas do rastro externo, quer a todo custo juntar-se aquele fogo. Ser um só. Poder fazer parte da marca que nasceu no pescoço e escorre, como a veia.
O caminho é escolhido. Ele vai; é breve o curso que faz, pois, toda a vida que existe é sugada. Em forma de sepultura, para por ali. Não vai encontrar o coração nunca mais, embora saiba que é ele que ainda o mantém vivo. Agora aquela ponta de gota que se vê no centro do corpo, perde a visão calmamente, no mesmo ritmo exausto do coração, deixa partir sem forças para continuar, o beijo doce.
Como uma pontada, ferro e gelo na ferida, o beijo no pescoço é o que a inocente criatura recebe, como punhalada final. Não é cruel, é o beijo! É o beijo doce.
O curso? O curso para de seguir. Não há mais vida. Ouve um crime perfeito: crime perfeito não deixa suspeito. Sobrou só sangue, sangue árduo, espalhado em um rastro que faz um desenho artistico no corpo e na alma. É o sangue que precisa e quer o coração, é o sangue que em gotas, é mais válido do que servido em um copo, numa bandeja.
O beijo amorteceu a dor, mas não tirou a morte. Ficou nos lábios o vermelho flamejante, que se apossando do assassino não quis perder o hálito fresco. O sangue repousa nos lábios. Enquanto isso ele termina de beijar, beijar e beijar a vítima: molhando o seu corpo com o sangue que o coração já não sente mais.
Escorre pelo pescoço; calmo e úmido. Percorre a pele em um caminho sem rumo. Não tem direção, não sabe para onde está indo, mas sabe de onde vem. Talvez, não saiba o porquê. Ele sabe que é vermelho.
O gosto de ferro fundido com açucar, continua escorrendo pelo pescoço, esquivando-se dos ombros... Parando lentamente pelo peito, escolhendo por onde deve seguir o curso, em quanto atrás o rastro vermelho de fogo vai deixando as migalhas; chega até o centro e fica lisongeado por estar perto do coração. O que os separa é a pele, que agora arrepiada, sentindo o poder da flama, tenta expulsar com a intenção de deixar que o calor interno se espalhe com o fogo lá fora que desce, desce e desce.
É o corpo contra o corpo. A mente sem entender o por que, o coração batendo, querendo as gotas do rastro externo, quer a todo custo juntar-se aquele fogo. Ser um só. Poder fazer parte da marca que nasceu no pescoço e escorre, como a veia.
O caminho é escolhido. Ele vai; é breve o curso que faz, pois, toda a vida que existe é sugada. Em forma de sepultura, para por ali. Não vai encontrar o coração nunca mais, embora saiba que é ele que ainda o mantém vivo. Agora aquela ponta de gota que se vê no centro do corpo, perde a visão calmamente, no mesmo ritmo exausto do coração, deixa partir sem forças para continuar, o beijo doce.
Como uma pontada, ferro e gelo na ferida, o beijo no pescoço é o que a inocente criatura recebe, como punhalada final. Não é cruel, é o beijo! É o beijo doce.
O curso? O curso para de seguir. Não há mais vida. Ouve um crime perfeito: crime perfeito não deixa suspeito. Sobrou só sangue, sangue árduo, espalhado em um rastro que faz um desenho artistico no corpo e na alma. É o sangue que precisa e quer o coração, é o sangue que em gotas, é mais válido do que servido em um copo, numa bandeja.
O beijo amorteceu a dor, mas não tirou a morte. Ficou nos lábios o vermelho flamejante, que se apossando do assassino não quis perder o hálito fresco. O sangue repousa nos lábios. Enquanto isso ele termina de beijar, beijar e beijar a vítima: molhando o seu corpo com o sangue que o coração já não sente mais.
sábado, 7 de novembro de 2009
Cessar o pouco
Pouca gente sabe:
O mesmo frio que derrete
é o mesmo calor que dilui.
Pouca gente diz:
Vem mais perto, vem
Me mostra, vai.
Pouca gente quer:
Mar seco, sol frio, chuva de pedra
Talvez, ninguém queira...
Pouca gente sente:
Sangue cálido no cume da pulsação
A lágrima da decepção.
O que todo o mundo é:
Um pôr-do-sol de transmissão
De um pouco de tudo,
De um lado negro, sombra e luz.
Mas sempre
Esperando pelo o que vem,
Detrás do que não se vê e sente.
E. C. M.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Mais que força para amar é força para perdoar.

Fácil é ver onde ele é ausente. Difícil é valorizar quando presente.
A única fórmula que não deveremos esquecer: mesmo com as dificuldades, com amor toda a beleza divina é intensificadamente verdadeira, e se é difícil com ele, imagina sem? Tudo será mais prazeroso, pois a dor se torna pequena e nos tornará gigantes o perdão para suportar os rabiscos do nosso caderno. Assim como o ouro, o amor precisa passar pelo fogo, para que o que for de melhor possa permanecer e eternizar... Eterno enquanto durar. Aliás, se for mesmo amor, eternidade é um tempo pequeno demais...
Ter a intensão de passar pelo fogo não é um meio de chegar ao cume do amor. Se realmente ele estiver presente, ele andará com o tempo e saberá a hora certa de dizer o que deve ser derretido e o que deve se tornar uma aliança, linda, forte como um laço, que caiba no dedo de duas pessoas que juram perante os céus se tornarem amantes em um tempo sem fim."
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Mãos que semeiam
"Pode vir com suas pedras, pode vir com seus punhos fechados. Mas vem logo, vem depressa, que meu Deus não tarda em ser justo nessa ignorância dos homens. Se você vier de mansinho, eu te mostro, com a paz que me foi dada, do que Ele é capaz de transformar..."
sábado, 17 de outubro de 2009
A trama de um vestido
"Uma brincadeira inocente, dessas de fazer você chegar em casa e não conseguir dormir. De quando mergulhar nos sonhos, afogar-se nos olhos, no nariz, na boca... na respiração. E ainda, quando acorda, pensa se um dia será real. Foi assim, em alicerces de candura, promessas, toques pequenos e sorrisos constrangidos que brotou nas veias uma necessidade de possuir.
Ele procurava alguém pra passar um tempo, ela só via o olhar dele em todos os lugares. Com essa frase, o resumo do que estava por vir, se faz depressa, sem demora. O que é visto e não sentido culmina em um fim; triste pra quem sempre só sentiu. "Mais uma" para quem apenas brincou. Pelo fato de que sentimentos eram fragmentos soltos dentro de si, fora de órbita, sem necessidade alguma de mutualismo.
Ela voltou, gritou, descabelou-se, perdeu a voz... perdeu a inocência. Se viu diante do espelho retorcida, sem a outra metade, sangrando pelas lágrimas e um forte "tum-tum-tum" que era o único som que preenchia o vazio dentro de si.
Depois de gastar todos seus esforços pensando no que foi com ele, no que é e no que será sem ele, decediu colocar sua roupa mais bonita, se achar linda outra vez e mandar tudo para o inferno. Trocou o sapato baixo por um salto, trocou seu casaco por um vestido curto. Se viu diante do espelho novamente, ainda assim, linda e impossivelmente sedutora, sentiu que ainda faltava alguma coisa. Quem sabe uma bolsa? Trocou, revirou, rasgou e picotou todos os tipos de bolsa. "Nada dá certo", pensou.
Tirou todas as ropas para fora, e descobriu um que ele tinha dado a ela. Colocou e se vestiu de saudades; ainda podia sentir seu perfume se espalhando no quarto. Se viu novamente imersa naquela gargalhada gostosa, naquele corpo no seu, naquela boca que pedia a sua. Depois desse impasse, se olhou no espelho e dessa vez, nenhuma gota saltou do coração-a-olho.
Deu uma risada sarcástica e ergueu o som. Um rock pesado deixou sua maquiagem tentadora demais para aquele rosto angelical.
Prometeu para si mesma que aquela noite seria a sua noite. Nada estragaria, nada estaria fora do seu alcance. Talvez, esse fosse o jeito mais sensato de aprender a se amar mais, de valorizar mais a cor dos seus olhos do que valorizar quem juraria que seus olhos fossem castanhos quando eram verdes.
"Droga!", de tantos lugares que ele podia estar, lá estava ele. Voltou pra trás, caminhou depressa até o outro lado da rua, sentiu queimar a garganta de raiva. Foi enxugar os olhos para que as lágrimas teimosas, parassem de querer aparecer; olhou em um vidro que refletia sua imagem. Ele atrás dela, rindo com os amigos e olhando para todas as meninas que passavam. E ela chorando por ele não a olhar ...
Aquele rock que ouvira voltou. Fez suas veias ferverem, seus olhos ficarem lúgubres e, o céu estrelado, se transformar numa mancha cinzenta e obscura.
Deu meia volta, atravessou a rua. Jogou os cabelos e sentiu que seu perfume tinha se espalhado. Sorriu com essa sensação de poder. Tomou cuidado para que ele não a visse. Subiu as escadas. Quem a visse teria a certeza de que ela trocara as escadas do céu, pelas escadas do inferno: tentador e quente demais.. Aquele anjo deslizava sobre o chão e o seu balanço parava o universo.
Uma mão fria tocou o seu braço. Os olhos voltaram a ser um vulcão em erupição. Olhou devagar, quase que se não quisesse olhar.
Ele disse alguma coisa e depois sorriu. Ela cuidou para que quando o visse não deixasse a magoa voltar.
Seus olhos se chocaram, de uma forma violenta. Quando viu que era ela, seus olhos percorreram o seu corpo todo, e depois voltaram em extase para os olhos sedutores daquela doce e poderosa mulher.
Se ele soubesse que aquele vestido a deixaria tão sublime e subliminar, jamais a daria. Afinal, aquela menina não tinha despertado tanto o seu desejo como agora em forma de mulher.
Um sorriso devastador, fez ela virar e entrar no seu lugar de destino.
Dançou a noite inteira... E ele, bem, ele a olhou de longe.
Se você é responsável por aquilo que dominou algum dia, será para sempre, entre esses laços inquebraveis, de alguma forma ligado a isso. No balanço daquele vestido, contornando sua silhueta, se perdeu entre os abraços e beijos que agora não tinha.
Uma vez que o coração se torna incontrolável, impossível e indomável, a inocência deixa de fluir e passa a transformar a lagarta numa borboleta de cores vibrantes.
Ele poderia algum dia se deparar com as suas asas, com o seu perfume, mas não encontraria mais aquela menina que deixou para trás em busca de mulheres satisfatórias a seus desejos. Ele não poderia imaginar que a sua menina de outrora, era agora a mulher dos seus sonhos, e poderia até ser a mulher de muitos...
Mesmo sentindo uma parte sua faltando, e rasgando o vestido quando chegou em casa, ela se sentiu forte, e aquela dor foi aos poucos ficando leve. A sua força vinha do seu amor próprio. Seu pedaço estava voltando ao seu lugar de origem.
Suas asas ganharam novas viças, e seu olhar mesmo que sedutor para aquela menina interna, não deixou de cultivar por onde foi novos perfumes e olhares. A falta que sentia ainda, não era maior do que seu desejo por ser dessa vez, dona do seu próprio vestido.
Ele a encontrou algumas vezes, sem coragem nenhuma para conversar, ou apenas perguntar se ela estava bem. Depois de um tempo, naquela mesma rua, se sentindo poderosa, atravessou sem olhar a rua. Um farol cegou seus olhos, seu corpo caiu abruptamente no chão. Anjos, não possuem poder de alterar o imprevisto... Tudo agora estava em outro angulo.
Esse ainda não era o seu fim; ao abrir os olhos cheios de confusão, viu sobre ela, asas brancas de um menino que também de transformara em um homem, lhe trazendo a paz em um sorriso perfeito."
Eliandra C. M.
Ele procurava alguém pra passar um tempo, ela só via o olhar dele em todos os lugares. Com essa frase, o resumo do que estava por vir, se faz depressa, sem demora. O que é visto e não sentido culmina em um fim; triste pra quem sempre só sentiu. "Mais uma" para quem apenas brincou. Pelo fato de que sentimentos eram fragmentos soltos dentro de si, fora de órbita, sem necessidade alguma de mutualismo.
Ela voltou, gritou, descabelou-se, perdeu a voz... perdeu a inocência. Se viu diante do espelho retorcida, sem a outra metade, sangrando pelas lágrimas e um forte "tum-tum-tum" que era o único som que preenchia o vazio dentro de si.
Depois de gastar todos seus esforços pensando no que foi com ele, no que é e no que será sem ele, decediu colocar sua roupa mais bonita, se achar linda outra vez e mandar tudo para o inferno. Trocou o sapato baixo por um salto, trocou seu casaco por um vestido curto. Se viu diante do espelho novamente, ainda assim, linda e impossivelmente sedutora, sentiu que ainda faltava alguma coisa. Quem sabe uma bolsa? Trocou, revirou, rasgou e picotou todos os tipos de bolsa. "Nada dá certo", pensou.
Tirou todas as ropas para fora, e descobriu um que ele tinha dado a ela. Colocou e se vestiu de saudades; ainda podia sentir seu perfume se espalhando no quarto. Se viu novamente imersa naquela gargalhada gostosa, naquele corpo no seu, naquela boca que pedia a sua. Depois desse impasse, se olhou no espelho e dessa vez, nenhuma gota saltou do coração-a-olho.
Deu uma risada sarcástica e ergueu o som. Um rock pesado deixou sua maquiagem tentadora demais para aquele rosto angelical.
Prometeu para si mesma que aquela noite seria a sua noite. Nada estragaria, nada estaria fora do seu alcance. Talvez, esse fosse o jeito mais sensato de aprender a se amar mais, de valorizar mais a cor dos seus olhos do que valorizar quem juraria que seus olhos fossem castanhos quando eram verdes.
"Droga!", de tantos lugares que ele podia estar, lá estava ele. Voltou pra trás, caminhou depressa até o outro lado da rua, sentiu queimar a garganta de raiva. Foi enxugar os olhos para que as lágrimas teimosas, parassem de querer aparecer; olhou em um vidro que refletia sua imagem. Ele atrás dela, rindo com os amigos e olhando para todas as meninas que passavam. E ela chorando por ele não a olhar ...
Aquele rock que ouvira voltou. Fez suas veias ferverem, seus olhos ficarem lúgubres e, o céu estrelado, se transformar numa mancha cinzenta e obscura.
Deu meia volta, atravessou a rua. Jogou os cabelos e sentiu que seu perfume tinha se espalhado. Sorriu com essa sensação de poder. Tomou cuidado para que ele não a visse. Subiu as escadas. Quem a visse teria a certeza de que ela trocara as escadas do céu, pelas escadas do inferno: tentador e quente demais.. Aquele anjo deslizava sobre o chão e o seu balanço parava o universo.
Uma mão fria tocou o seu braço. Os olhos voltaram a ser um vulcão em erupição. Olhou devagar, quase que se não quisesse olhar.
Ele disse alguma coisa e depois sorriu. Ela cuidou para que quando o visse não deixasse a magoa voltar.
Seus olhos se chocaram, de uma forma violenta. Quando viu que era ela, seus olhos percorreram o seu corpo todo, e depois voltaram em extase para os olhos sedutores daquela doce e poderosa mulher.
Se ele soubesse que aquele vestido a deixaria tão sublime e subliminar, jamais a daria. Afinal, aquela menina não tinha despertado tanto o seu desejo como agora em forma de mulher.
Um sorriso devastador, fez ela virar e entrar no seu lugar de destino.
Dançou a noite inteira... E ele, bem, ele a olhou de longe.
Se você é responsável por aquilo que dominou algum dia, será para sempre, entre esses laços inquebraveis, de alguma forma ligado a isso. No balanço daquele vestido, contornando sua silhueta, se perdeu entre os abraços e beijos que agora não tinha.
Uma vez que o coração se torna incontrolável, impossível e indomável, a inocência deixa de fluir e passa a transformar a lagarta numa borboleta de cores vibrantes.
Ele poderia algum dia se deparar com as suas asas, com o seu perfume, mas não encontraria mais aquela menina que deixou para trás em busca de mulheres satisfatórias a seus desejos. Ele não poderia imaginar que a sua menina de outrora, era agora a mulher dos seus sonhos, e poderia até ser a mulher de muitos...
Mesmo sentindo uma parte sua faltando, e rasgando o vestido quando chegou em casa, ela se sentiu forte, e aquela dor foi aos poucos ficando leve. A sua força vinha do seu amor próprio. Seu pedaço estava voltando ao seu lugar de origem.
Suas asas ganharam novas viças, e seu olhar mesmo que sedutor para aquela menina interna, não deixou de cultivar por onde foi novos perfumes e olhares. A falta que sentia ainda, não era maior do que seu desejo por ser dessa vez, dona do seu próprio vestido.
Ele a encontrou algumas vezes, sem coragem nenhuma para conversar, ou apenas perguntar se ela estava bem. Depois de um tempo, naquela mesma rua, se sentindo poderosa, atravessou sem olhar a rua. Um farol cegou seus olhos, seu corpo caiu abruptamente no chão. Anjos, não possuem poder de alterar o imprevisto... Tudo agora estava em outro angulo.
Esse ainda não era o seu fim; ao abrir os olhos cheios de confusão, viu sobre ela, asas brancas de um menino que também de transformara em um homem, lhe trazendo a paz em um sorriso perfeito."
Eliandra C. M.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
You're My Wonderwall.
É abusrdo ter que pensar que nada é como foi. Sabe como é? Você acorda e espera um sorriso. Espera um telefonema, ou um simples gesto. Espera tantas coisas que em dias comuns você não percebia o quanto era importante.
Quando tudo se vai, assim, escorrendo pelos dedos se conhece o valor do que sempre esteve na ponta dos seus dedos e dentro do coração. Pode ser grande, ou pequeno o ato de fazer alguem partir. Não importa se o mundo inteiro sabe, se só você sente ou se a outra pessoa sente o mesmo; nesses momentos de perda, não da para despedir assim do passado, de uma forma tão brusca o que se leva anos para construir. Ninguém pode substituir - quando há verdade- um aperto de mão pelo um tapa na cara. Muito menos um sorriso por uma lágrima. De todos os erros em que fui ativa, nunca me passou pela cabeça que nesse jogo quem lança os dados é o amor, e quem decide se você recua ou lança para frente é o perdão. Fostes antes preciso aprender apenas vendo os tombos alheios e não sentir na pele o que se passa quando não se há para onde ir... e nem em quem socorrer-se.
Já teve a sensação de que o seus pés não tocam o chão? Já teve a "honra" de não ter em quem se equilibrar? Ainda mais sabendo que este sempre fora o seu alicerce? Se já provastes desse glorioso e impietuoso sentimento, eu vos digo: respire o ar - mesmo que alguém seja o ar para você- bem fundo, traga para si o que já foi e pense no que será. O presente, a vida encarrega de te entregar, em forma se surpresa.
O tempo é companheiro da verdade e da ignorância. Pode-se muito bem manter o que sempre foi, o que um largo espaço de tempo constrói, e destruir o que era. E isso leva segundos...
É de suma cretilinidade fazer alguém que você estima chorar por um erro seu, ou por vários erros. E mais uma vez o amigo tempo chega para esvaziar aquele coração afogado em mágoas, e dar uma nova oportunidade para que o amor não se acabe; apenas, se fortaleça.
De todos os meus erros, e das minhas colheitas, tentarei levar algo de bom, vendo sempre os problemas como soluções; não prometo trazer todos as lindas flores, mas guardar as belas fragâncias que cultivei para dar a aqueles em que meus espinhos feriram. Palavras são faceis e traiçoeiras na boca de quem não sente o que diz... Estão ai os olhos para desmentir tal injustiça. Digo com o coração, quando digo que me arrependo, e volto atrás do que me faz falta, ainda mais sabendo que a minha aunsencia pulsa magoas no coração de quem já te protegeu.
Complicado é ter que começar tudo de novo com quem se conhece cada gosto e desgosto. Isso é apenas complicado; crio gosto pelo aparente "impossivel" na minha vida, para que nasçam forças em mim, e assim o complicado se trasnforme em uma virtude... Um obstáculo, em que de troféu não levo um coração já antes ferido por mim, mas uma rosa lilás de petálas memoriais, cravadas no meu peito e nos meus momentos.
Do meu pedido de perdão por todas as minhas falhas cometidas, uma alma se já não destinada a viver ao lado do Criador para todo o sempre, não exitou em me mostrar o caminho certo, mesmo quando a ferida que eu mesma expus aos quatro ventos estivesse aberta. Por ter confiado à mim um anjo como és, me sinto indigna de tanta pureza... mas nessa minha indignação para comigo mesma, não consigo me sentir forte se tu não fores o anjo que sempre foras. Faço agora do meu egoismo constante, a repartição de todo o meu arrependimento e do meu amor que dificilmente mostrei.
Nessa nova etapa, eu te juro pela essa alma que vos fala: As minhas melhores fragâncias se deve à você. E é por você ser tão admirável, como uma escultura angelical, darei à você os melhores perfumes que tu mereces... Ai então saberas que no meu jardim, as ervas daninhas que plantei, tu arrancastes com tuas unhas asperas e plantastes no lugar com suas mãos de seda sementes de oportunidade.
Quando tudo se vai, assim, escorrendo pelos dedos se conhece o valor do que sempre esteve na ponta dos seus dedos e dentro do coração. Pode ser grande, ou pequeno o ato de fazer alguem partir. Não importa se o mundo inteiro sabe, se só você sente ou se a outra pessoa sente o mesmo; nesses momentos de perda, não da para despedir assim do passado, de uma forma tão brusca o que se leva anos para construir. Ninguém pode substituir - quando há verdade- um aperto de mão pelo um tapa na cara. Muito menos um sorriso por uma lágrima. De todos os erros em que fui ativa, nunca me passou pela cabeça que nesse jogo quem lança os dados é o amor, e quem decide se você recua ou lança para frente é o perdão. Fostes antes preciso aprender apenas vendo os tombos alheios e não sentir na pele o que se passa quando não se há para onde ir... e nem em quem socorrer-se.
Já teve a sensação de que o seus pés não tocam o chão? Já teve a "honra" de não ter em quem se equilibrar? Ainda mais sabendo que este sempre fora o seu alicerce? Se já provastes desse glorioso e impietuoso sentimento, eu vos digo: respire o ar - mesmo que alguém seja o ar para você- bem fundo, traga para si o que já foi e pense no que será. O presente, a vida encarrega de te entregar, em forma se surpresa.
O tempo é companheiro da verdade e da ignorância. Pode-se muito bem manter o que sempre foi, o que um largo espaço de tempo constrói, e destruir o que era. E isso leva segundos...
É de suma cretilinidade fazer alguém que você estima chorar por um erro seu, ou por vários erros. E mais uma vez o amigo tempo chega para esvaziar aquele coração afogado em mágoas, e dar uma nova oportunidade para que o amor não se acabe; apenas, se fortaleça.
De todos os meus erros, e das minhas colheitas, tentarei levar algo de bom, vendo sempre os problemas como soluções; não prometo trazer todos as lindas flores, mas guardar as belas fragâncias que cultivei para dar a aqueles em que meus espinhos feriram. Palavras são faceis e traiçoeiras na boca de quem não sente o que diz... Estão ai os olhos para desmentir tal injustiça. Digo com o coração, quando digo que me arrependo, e volto atrás do que me faz falta, ainda mais sabendo que a minha aunsencia pulsa magoas no coração de quem já te protegeu.
Complicado é ter que começar tudo de novo com quem se conhece cada gosto e desgosto. Isso é apenas complicado; crio gosto pelo aparente "impossivel" na minha vida, para que nasçam forças em mim, e assim o complicado se trasnforme em uma virtude... Um obstáculo, em que de troféu não levo um coração já antes ferido por mim, mas uma rosa lilás de petálas memoriais, cravadas no meu peito e nos meus momentos.
Do meu pedido de perdão por todas as minhas falhas cometidas, uma alma se já não destinada a viver ao lado do Criador para todo o sempre, não exitou em me mostrar o caminho certo, mesmo quando a ferida que eu mesma expus aos quatro ventos estivesse aberta. Por ter confiado à mim um anjo como és, me sinto indigna de tanta pureza... mas nessa minha indignação para comigo mesma, não consigo me sentir forte se tu não fores o anjo que sempre foras. Faço agora do meu egoismo constante, a repartição de todo o meu arrependimento e do meu amor que dificilmente mostrei.
Nessa nova etapa, eu te juro pela essa alma que vos fala: As minhas melhores fragâncias se deve à você. E é por você ser tão admirável, como uma escultura angelical, darei à você os melhores perfumes que tu mereces... Ai então saberas que no meu jardim, as ervas daninhas que plantei, tu arrancastes com tuas unhas asperas e plantastes no lugar com suas mãos de seda sementes de oportunidade.
Eliandra C.M. pra você Estrelinha.
domingo, 4 de outubro de 2009
Unhas Vermelhas
Os passos de pluma, atrás da porta, aceleraram a sua respiração.
Mas ele ficou na indecisão. Bater e pedir licença, abrir com força e não dizer nenhuma palavra, voltar atrás e esquecer tudo.
O efeito desse tempo, fez quem estava do outro lado da porta apertar forte o travesseiro, colocando- o contra a face, na tentativa de amenizar os batimentos do coração e sua respiração. Poderia ficar assim até adormecer; no outro dia isso não passaria de um sonho.
O ranger da porta a fez apertar os olhos deixando escapar uma lágrima estúpida que molhou o travesseiro. Poderia ter começado a chover uma hora antes, mas começou justamente naquela hora. Ficou esperando os passos se aproximarem, rolando os olhos para todos os lados sem de virar para porta e ver a sua sombra.
O que era certo, era certo. Não podia cometer o pecado, se queria ser absolvida de seus erros anteriores. Não podia deixar o desejo queimar nas raízes do ventre saindo pelas unhas vermelhas, exalando no quarto escuro o perfume da inocência. Não podia olhar para a sombra e ver a sua porta o que mais queria, não podia ceder a tentação. Depois de todas as dores causadas pelo sentimento de perda, se conformar com o que estava planejado era a saída mais fácil. Na verdade, o mais fácil estava longe de ser a felicidade que sonhava... Mas se submeter ao difícil quando não se sentia forte o suficiente para continuar, estava fora de cogitação. Pensou um momento pelo corpo que tinha sede. Sede daquela chuva que caia devagar molhando aos poucos a janela, sede daqueles olhos se fechando no grito interno, tinha sede daquela sombra.
Esses pensamento foram interrompidos quando a porta rangeu de novo. Seus olhos se abriram rapidamente e apertou mais forte o travesseiro. Queria correr até lá e se jogar. Queria mesmo, era poder dizer, com aquele mel nas cordas vocais:
- Entra...
Mas era o que ela queria e não o que podia. Escolheu fazer tudo certo dessa vez; sem quebrar regras, sem jogos com cartas marcadas.
Mesmo o amando sem objeção a sua figura perfeita que fazia, não podia cometer o suicídio da sua alma agora que tinha um caminho à seguir.
Tudo foi desfeito, como lã na pata de gato, quando um passo calmo se aproximou da cama onde a bela moça tentava o suicídio, agora com as mãos na cara. O perfume que saia daquela alma de trajes brancos, fez com que ela tirasse as mãos do rosto devagar e se deixasse levar pela fragância venenosa.
- Eu estou livre.
Foi só o que ele disse, para depois desse deslize, desse pecado deixar de lhe apunhalar, virar o fruto proibido que mais gostava de saciar. Do pecado ao certo. A liberdade que ele trazia em suas mãos, foi o que a impulsinou a segurar firme e entrelaçar naquela escuridão o seu corpo contra o dele. Pode ver, quando um raio clareou aquele quarto, as suas unhas vermelhas descer pelo cabelo negro apertando sua nuca contra o seu pescoço. Deixou que a libertação que ele trazia em uma bandeja saciasse a dor daquele pecado que agora não existia mais.
Respirou fundo; sentiu, naquele momento, quantos efeitos poderiam levar o coração a acelerar. Talvez, o que ele mais queria sentir eram suas unhas vermelhas. Mas o que ela tinha certeza que queria, era que aquela sede que sentia fosse como a chuva que caia lá fora...
Mas ele ficou na indecisão. Bater e pedir licença, abrir com força e não dizer nenhuma palavra, voltar atrás e esquecer tudo.
O efeito desse tempo, fez quem estava do outro lado da porta apertar forte o travesseiro, colocando- o contra a face, na tentativa de amenizar os batimentos do coração e sua respiração. Poderia ficar assim até adormecer; no outro dia isso não passaria de um sonho.
O ranger da porta a fez apertar os olhos deixando escapar uma lágrima estúpida que molhou o travesseiro. Poderia ter começado a chover uma hora antes, mas começou justamente naquela hora. Ficou esperando os passos se aproximarem, rolando os olhos para todos os lados sem de virar para porta e ver a sua sombra.
O que era certo, era certo. Não podia cometer o pecado, se queria ser absolvida de seus erros anteriores. Não podia deixar o desejo queimar nas raízes do ventre saindo pelas unhas vermelhas, exalando no quarto escuro o perfume da inocência. Não podia olhar para a sombra e ver a sua porta o que mais queria, não podia ceder a tentação. Depois de todas as dores causadas pelo sentimento de perda, se conformar com o que estava planejado era a saída mais fácil. Na verdade, o mais fácil estava longe de ser a felicidade que sonhava... Mas se submeter ao difícil quando não se sentia forte o suficiente para continuar, estava fora de cogitação. Pensou um momento pelo corpo que tinha sede. Sede daquela chuva que caia devagar molhando aos poucos a janela, sede daqueles olhos se fechando no grito interno, tinha sede daquela sombra.
Esses pensamento foram interrompidos quando a porta rangeu de novo. Seus olhos se abriram rapidamente e apertou mais forte o travesseiro. Queria correr até lá e se jogar. Queria mesmo, era poder dizer, com aquele mel nas cordas vocais:
- Entra...
Mas era o que ela queria e não o que podia. Escolheu fazer tudo certo dessa vez; sem quebrar regras, sem jogos com cartas marcadas.
Mesmo o amando sem objeção a sua figura perfeita que fazia, não podia cometer o suicídio da sua alma agora que tinha um caminho à seguir.
Tudo foi desfeito, como lã na pata de gato, quando um passo calmo se aproximou da cama onde a bela moça tentava o suicídio, agora com as mãos na cara. O perfume que saia daquela alma de trajes brancos, fez com que ela tirasse as mãos do rosto devagar e se deixasse levar pela fragância venenosa.
- Eu estou livre.
Foi só o que ele disse, para depois desse deslize, desse pecado deixar de lhe apunhalar, virar o fruto proibido que mais gostava de saciar. Do pecado ao certo. A liberdade que ele trazia em suas mãos, foi o que a impulsinou a segurar firme e entrelaçar naquela escuridão o seu corpo contra o dele. Pode ver, quando um raio clareou aquele quarto, as suas unhas vermelhas descer pelo cabelo negro apertando sua nuca contra o seu pescoço. Deixou que a libertação que ele trazia em uma bandeja saciasse a dor daquele pecado que agora não existia mais.
Respirou fundo; sentiu, naquele momento, quantos efeitos poderiam levar o coração a acelerar. Talvez, o que ele mais queria sentir eram suas unhas vermelhas. Mas o que ela tinha certeza que queria, era que aquela sede que sentia fosse como a chuva que caia lá fora...
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Raizes Entrelaçadas
Já não me importa se amanhã não for nada disso, hoje, três palavra ao vento, "sem tanta importância", soada em segundos, mudou meu dia. Alguma parte de mim estava com um nó, um nó cego. Mas só foi você chegar de mansinho, invadir o seu pequeno espaço - que vem tomando dimensões, onde eu não tenho mais nenhum poder - e pude sentir o nó se desfazendo, como o soluto no solvente desse querer.
Quando acordei eu estava pensando no momento em que eu iria te sentir; e até o tal momento, eu te odiei. Te odiei por que eu esqueci de mim, esqueci de me querer, esqueci até de me olhar no espelho.
Essa dimensão é erva daninha, cresce em momentos indesejados (ou menos esperados). Ninguém plantou essa semente, ela veio e se apossou de um espaço apertado. É veneno e fogo ... Em três palavras eu senti o poder que você tem sobre mim, e o poder que eu esqueci de manter sobre o meu corpo - e minha alma.
Agora, tanto faz se depois for nunca mais, por que só de ver as nossas raízes crescendo juntas na pureza que nós -como é bom dizer "nós" - sentimos, eu consigo me desfazer de todo o nó e deixar que você venha enlaçar o invisível, mas essêncial... Você ainda não vê como eu vejo, e isso é outra coisa que não importa. Você sentindo o que eu sinto, e dizendo devagar a estupidez desse sentimento já faz minhas mãos quererem as suas.
Quando for consumado esse laço, eu não sentirei mais nó, se estivermos para sempre. E já não me odiarei se eu não me olhar no espelho... Eu sabarei que o meu reflexo é você e isso é o que me importa.
Quando acordei eu estava pensando no momento em que eu iria te sentir; e até o tal momento, eu te odiei. Te odiei por que eu esqueci de mim, esqueci de me querer, esqueci até de me olhar no espelho.
Essa dimensão é erva daninha, cresce em momentos indesejados (ou menos esperados). Ninguém plantou essa semente, ela veio e se apossou de um espaço apertado. É veneno e fogo ... Em três palavras eu senti o poder que você tem sobre mim, e o poder que eu esqueci de manter sobre o meu corpo - e minha alma.
Agora, tanto faz se depois for nunca mais, por que só de ver as nossas raízes crescendo juntas na pureza que nós -como é bom dizer "nós" - sentimos, eu consigo me desfazer de todo o nó e deixar que você venha enlaçar o invisível, mas essêncial... Você ainda não vê como eu vejo, e isso é outra coisa que não importa. Você sentindo o que eu sinto, e dizendo devagar a estupidez desse sentimento já faz minhas mãos quererem as suas.
Quando for consumado esse laço, eu não sentirei mais nó, se estivermos para sempre. E já não me odiarei se eu não me olhar no espelho... Eu sabarei que o meu reflexo é você e isso é o que me importa.
E. C. M.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Néctar insubstituível
Uma lágrima escorreu dos olhos da pequena flor, como o orvalho. Por obra e magnitude das ordens naturais, uma borboleta pousou e sussurrou para aquela colorida de formas perfeitas, que era preciso doar seu néctar. Era preciso esquecer a dor do que ficou, e ainda assim, achar forças para doar o melhor de si para que o processo pudesse continuar.
Gentilmente, a pequena borboleta enxugou as pétalas, e em agradecimento a flor doou seu néctar sem nenhum esforço.
A borboleta voltou no outro dia, mas novas borboletas tinham chegado primeiro, ela procurou em outras flores o mesmo sabor... Mas foi em vão.
De longe viu a flor cada vez mais forte e bonita, disputada por outras grandes borboletas; as outras flores se tornaram pequenas perto da sua grandiozidade. Tentou então se aproximar e entrar na disputa.
A ilusão da flor em pensar que aquela borboleta era diferente de todas, tinha se transformado em realidade.
A flor se afastou de tudo, de todos. Não voltou a beber os raios de sol, e se viesse a chuva, ela se entregava sem pensar em mais nada.
Depois de um tempo, quando suas raízes estavam sendo consumidas por outros bixos parasitas, a borboleta voltou e pousou sobre a pétala.
Sussurrou no seu ouvido alguns segredos, algumas experiências, algumas paixões. A dor seria mortal, se o tempo não tivesse mostrado à flor que os amores não são sempre certos; o amor de um amigo é a certeza de que se pode sonhar e não se decepcionar.
Ela o sentiu presente mais uma vez, e quando ela se fez linda aos raios do sol, a borboleta teve a certeza de que o amor que sentia, era um carinho delicado e sútil. A borboleta teve a certeza de que depois daquele dia, poderiam vir borboletas de todo o mundo, mas para a flor ela era insubstituível.
Eliandra C. M. em homenagem a F. D.
Gentilmente, a pequena borboleta enxugou as pétalas, e em agradecimento a flor doou seu néctar sem nenhum esforço.
A borboleta voltou no outro dia, mas novas borboletas tinham chegado primeiro, ela procurou em outras flores o mesmo sabor... Mas foi em vão.
De longe viu a flor cada vez mais forte e bonita, disputada por outras grandes borboletas; as outras flores se tornaram pequenas perto da sua grandiozidade. Tentou então se aproximar e entrar na disputa.
A ilusão da flor em pensar que aquela borboleta era diferente de todas, tinha se transformado em realidade.
A flor se afastou de tudo, de todos. Não voltou a beber os raios de sol, e se viesse a chuva, ela se entregava sem pensar em mais nada.
Depois de um tempo, quando suas raízes estavam sendo consumidas por outros bixos parasitas, a borboleta voltou e pousou sobre a pétala.
Sussurrou no seu ouvido alguns segredos, algumas experiências, algumas paixões. A dor seria mortal, se o tempo não tivesse mostrado à flor que os amores não são sempre certos; o amor de um amigo é a certeza de que se pode sonhar e não se decepcionar.
Ela o sentiu presente mais uma vez, e quando ela se fez linda aos raios do sol, a borboleta teve a certeza de que o amor que sentia, era um carinho delicado e sútil. A borboleta teve a certeza de que depois daquele dia, poderiam vir borboletas de todo o mundo, mas para a flor ela era insubstituível.
Eliandra C. M. em homenagem a F. D.
Miragem
Se alguém vier perguntar por mim, pode dizer que eu fui atrás das respostas. Pode dizer que a água aqui é calma e transparente. Diga que eu não abri a mão dos meus sonhos, por que eu continuo caminhando, cheia de esperança para ver onde desemboca essa fonte que nasceu lá atrás.
Dizem que onde há curso de água, há gente. Quando eu ver a fumaça saindo de alguma chaminé, eu saberei que existem humanos. Irei em outra direção; pegarei um pouco d'água e levarei comigo até achar outra fonte. Prefiro o som do coração da natureza do que a razão dos homens.
Não tem perdão para quem desvendar todos os mistérios e destruir todos os sonhos. A busca incasável é o motivo do curso da água; não sabe onde esta indo, mas sabe que chegará. Se eu voltar com todas as respostas destruirei a realidade humana - que insiste em destruir sonhos- e me terei como insana, se eu voltar de bolsos vázios, a minha viagem terá sido em vão. Aliás, a razão diz que não importa o tamanho do seu castelo de areia, um castelo de pedras é industrível.
Eu sei que retornarei com todas as realidades vividas e ainda com sonhos pulsando nas minhas veias. Por que eu não só experimentei como sei, que eu prefiro uma realidade feita de sonhos, do que uma realidade sem sonho algum.
Diferente da ilusão, que pega atalhos e tem como base a imaginação fértil, o sonho é o impossível querendo ser verdade. Há miragem no deserto, eu sei que existe, e por isso não estou sonhando; estou apenas criando o que eu queria ver... mesmo eu sabendo que não existe. Os sonhos são verdadeiros e podem acontecer. Não é miragem, é imaginação viva.
A nascente pode sonhar em fazer parte do mar, assim como o mar querer fazer parte da nascente. Se é realidade ou não, não importa, eles estão sonhando ...
Dizem que onde há curso de água, há gente. Quando eu ver a fumaça saindo de alguma chaminé, eu saberei que existem humanos. Irei em outra direção; pegarei um pouco d'água e levarei comigo até achar outra fonte. Prefiro o som do coração da natureza do que a razão dos homens.
Não tem perdão para quem desvendar todos os mistérios e destruir todos os sonhos. A busca incasável é o motivo do curso da água; não sabe onde esta indo, mas sabe que chegará. Se eu voltar com todas as respostas destruirei a realidade humana - que insiste em destruir sonhos- e me terei como insana, se eu voltar de bolsos vázios, a minha viagem terá sido em vão. Aliás, a razão diz que não importa o tamanho do seu castelo de areia, um castelo de pedras é industrível.
Eu sei que retornarei com todas as realidades vividas e ainda com sonhos pulsando nas minhas veias. Por que eu não só experimentei como sei, que eu prefiro uma realidade feita de sonhos, do que uma realidade sem sonho algum.
Diferente da ilusão, que pega atalhos e tem como base a imaginação fértil, o sonho é o impossível querendo ser verdade. Há miragem no deserto, eu sei que existe, e por isso não estou sonhando; estou apenas criando o que eu queria ver... mesmo eu sabendo que não existe. Os sonhos são verdadeiros e podem acontecer. Não é miragem, é imaginação viva.
A nascente pode sonhar em fazer parte do mar, assim como o mar querer fazer parte da nascente. Se é realidade ou não, não importa, eles estão sonhando ...
Eliandra C. M.
sábado, 29 de agosto de 2009
Eco
Você foi e não voltou. Andou e não retornou.
Ficou. Abraçou. Saudou. Beijou. E ficou.
Não retornastes por se sentir assim: único.
Sendo único, ficou sozinho em meio ao alfabeto
Mas de uma solidão cuja cultura gramatical,
eu cultuo.
Te disseram:
- Não voltes!
E você... ficou.
Se todas as cartas que não chegaram
fossem enviadas,
Se todos os pensamentos
fossem revelados,
Se todas as verdades
fossem ditas,
Se todas as angustias
fossem de asa quebrada,
Você se perderia no caminho e talvez dissesse:
- Eu não sei voltar. Eu vim para ficar.
Por que o gosto mentiroso, é a verdade,
que pode até não ser dita, mas é a única
em que acreditamos, por enxergamos aquilo que queremos ver.
Pois se eu te disser:
- Voe, com a mesma asa quebrada! Viva... E se quiser volta.
Na verdade, eu quero dizer:
- Fica, mas fica para sempre.
Se eu tiver em mãos, areia
o vento levará.
Se eu tiver em mãos, pedra
a água mole levará.
No equilíbrio desse vôo, eu estenderei minhas asas
para que nada que possa ir embora,
me deixasse aqui, cultuando o ritmo do relógio.
... e se a verdade for pouca,
coloco em prática meu arroubo e ardor.
Pois o que tenho para lhe dar,
só multiplica quando divide,
somando o menos com um pouco mais.
Se a minha verdade fosse dita, sempre assim
você voltaria antes do pôr- do- sol,
sem uma asa - para eu lhe dar a minha -
e balbuciaria, como já o fez:
- Eu não quero voltar. Eu vim para ficar, mas dessa vez para sempre.
Eliandra Caon MarcolinoC. M.
Ficou. Abraçou. Saudou. Beijou. E ficou.
Não retornastes por se sentir assim: único.
Sendo único, ficou sozinho em meio ao alfabeto
Mas de uma solidão cuja cultura gramatical,
eu cultuo.
Te disseram:
- Não voltes!
E você... ficou.
Se todas as cartas que não chegaram
fossem enviadas,
Se todos os pensamentos
fossem revelados,
Se todas as verdades
fossem ditas,
Se todas as angustias
fossem de asa quebrada,
Você se perderia no caminho e talvez dissesse:
- Eu não sei voltar. Eu vim para ficar.
Por que o gosto mentiroso, é a verdade,
que pode até não ser dita, mas é a única
em que acreditamos, por enxergamos aquilo que queremos ver.
Pois se eu te disser:
- Voe, com a mesma asa quebrada! Viva... E se quiser volta.
Na verdade, eu quero dizer:
- Fica, mas fica para sempre.
Se eu tiver em mãos, areia
o vento levará.
Se eu tiver em mãos, pedra
a água mole levará.
No equilíbrio desse vôo, eu estenderei minhas asas
para que nada que possa ir embora,
me deixasse aqui, cultuando o ritmo do relógio.
... e se a verdade for pouca,
coloco em prática meu arroubo e ardor.
Pois o que tenho para lhe dar,
só multiplica quando divide,
somando o menos com um pouco mais.
Se a minha verdade fosse dita, sempre assim
você voltaria antes do pôr- do- sol,
sem uma asa - para eu lhe dar a minha -
e balbuciaria, como já o fez:
- Eu não quero voltar. Eu vim para ficar, mas dessa vez para sempre.
Eliandra Caon MarcolinoC. M.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
- Me vê um segundo, por favor?
Ontem eu estava programando o que faria hoje. Hoje estou programando o que vou fazer amanhã. Amanhã, obviamente estarei pensando o que farei no mes que vem.
Amanhã? O amanhã não existe. Então eu tenho que pensar hoje o que farei mes que vem. Mas mes que vem consiste em varios "amanhã".
O tempo é uma coisa louca. Uma "hora" você é lagarta, na outra borboleta. Em quinze minutos você tem fama. Em um minuto o mundo pode não existir mais. Em um segundo, você já foi. Se a vida fosse certa, sem erros, o tempo seria assim também. Mas ele acompanha o ritmo do tic tac, da pulsação do coração, do batuque no tambor, do lá maior no violão.
O ritmo é a frequencia com que os passos vão seguindo os segundos, os minutos, as horas, dias...
Um dia chove. No outro faz sol. Não há como saber se teremos a oportunidade de aproveitar o amanhecer. Se poderemos torrar em baixo do sol, ou pegar um resfriado em baixo da chuva. O tempo atropela o que queremos fazer, por justamente, não deixarmos de ser.
Se eu for só amanhã quem eu não sou hoje, o universo sentirá falta do que eu poderia ter feito de melhor. Até mesmo os erros da vida, têm o tempo certo. A medida certa. Sou hoje o que queria ser amanhã. Por que enquanto eu vejo o sol invadindo uma frestra da minha janela, eu não só respiro, como faço jus a minha nova oportunidade.
Quando o tempo atropelar minhas promessas, deixando saudades, angústias, frustrações eu não o culparei mais. Foi eu que, na verdade, avancei o que já estava certo. Foi eu que atrazei o que poderia ter feito.
Não teria cara para pedir mais um segundo para o tempo, se ele quis todas as vezes ser um grande amigo, e eu o deixei de lado. O deixei para depois.
Deixei o tempo entrar na minha vida, não sendo como a fonte principal, para esquecer, para deixar os tsunamis virarem apenas marolas, mas desfoquei o ponto principal das minhas dores dos meus objetivos, e foi ai que o tempo curou. Tirar o que era o mais importante do que consiste em ser felicidade, é uma ajuda ao nosso querido tempo. Ele fará o cheiro do que sempre foi seu ser o perfume mais doce.
Ser amigo do tempo é ter coragem de ser quem se é hoje, e amadurecer o suficiente para ser cada vez mais, amanhã. Se o seu amanhã não existir, ontem você foi menos, hoje você é mais.Ser amigo do tempo é ter coragem para dizer:
- Me vê mais um segundo, por favor?
Amanhã? O amanhã não existe. Então eu tenho que pensar hoje o que farei mes que vem. Mas mes que vem consiste em varios "amanhã".
O tempo é uma coisa louca. Uma "hora" você é lagarta, na outra borboleta. Em quinze minutos você tem fama. Em um minuto o mundo pode não existir mais. Em um segundo, você já foi. Se a vida fosse certa, sem erros, o tempo seria assim também. Mas ele acompanha o ritmo do tic tac, da pulsação do coração, do batuque no tambor, do lá maior no violão.
O ritmo é a frequencia com que os passos vão seguindo os segundos, os minutos, as horas, dias...
Um dia chove. No outro faz sol. Não há como saber se teremos a oportunidade de aproveitar o amanhecer. Se poderemos torrar em baixo do sol, ou pegar um resfriado em baixo da chuva. O tempo atropela o que queremos fazer, por justamente, não deixarmos de ser.
Se eu for só amanhã quem eu não sou hoje, o universo sentirá falta do que eu poderia ter feito de melhor. Até mesmo os erros da vida, têm o tempo certo. A medida certa. Sou hoje o que queria ser amanhã. Por que enquanto eu vejo o sol invadindo uma frestra da minha janela, eu não só respiro, como faço jus a minha nova oportunidade.
Quando o tempo atropelar minhas promessas, deixando saudades, angústias, frustrações eu não o culparei mais. Foi eu que, na verdade, avancei o que já estava certo. Foi eu que atrazei o que poderia ter feito.
Não teria cara para pedir mais um segundo para o tempo, se ele quis todas as vezes ser um grande amigo, e eu o deixei de lado. O deixei para depois.
Deixei o tempo entrar na minha vida, não sendo como a fonte principal, para esquecer, para deixar os tsunamis virarem apenas marolas, mas desfoquei o ponto principal das minhas dores dos meus objetivos, e foi ai que o tempo curou. Tirar o que era o mais importante do que consiste em ser felicidade, é uma ajuda ao nosso querido tempo. Ele fará o cheiro do que sempre foi seu ser o perfume mais doce.
Ser amigo do tempo é ter coragem de ser quem se é hoje, e amadurecer o suficiente para ser cada vez mais, amanhã. Se o seu amanhã não existir, ontem você foi menos, hoje você é mais.Ser amigo do tempo é ter coragem para dizer:
- Me vê mais um segundo, por favor?
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Dueto
[...] ai me disseram que beijar em baixo da lua seria muito romântico. Que andar de mãos dadas pela praia, jogando água um no outro, rolando na areia, era muito mais memorável. Me disseram que pular de para-quedas juntos seria uma aventura inesquecível. Disseram, ainda, que beijar na chuva era a melhor sensação. Que as trocas de olhares são intensas quando se há amor. Que assistir filme, abraçado, com aquela chuva lá fora era felicidade demais. Me disseram que o abraço, depois daquela saudade infinita, era eterno.
E de tudo isso, o que eu guardei para mim, não foram os beijos, a areia, a praia, a lua, chuva, filmes e olhares. O que eu guardei mesmo foi o romance, o inesquecível, a respiração acelerada, sensações, intensidade, felicidade, amor; para finalizar toda a minha insanidade: eternidade.
Discordei, então, de que o que fica cravado no peito são as mãos e os abraços protetores. O que fica é a essência; as atitudes são só os meios de se chegar a pulsação descontrolada.
E foi ai, que eu descobri que a NOSSA insanidade, é um pecado que eu não abro mão. Porque viver com água na boca de você é o combustível para a minha essência.
domingo, 23 de agosto de 2009
Advogada do Mar.
O sol nasceu aquele dia.
Um pé esquerdo, depois o direito, foram colocados ao lado da cama. Café quente e uma janela ao som do mar. Assoprou, bebeu, e saiu.
Com os pés na areia, sentindo se afundar, sentou. Nas primeiras horas da manhã, como era de costume, gostava de obervar a vazão do seu eu. Nunca prestou atenção nas ondas, na essência do nascer do sol.
Mas como no dia anterior, a chuva caiu dos seus olhos, e a tempestade dominou seu sono, o vazio que o café não cobriu, veio a lhe tornar inofensiva. O que antes era certo, estava errado demais. A confusão lhe fez esquecer do corpo, do que se passava por dentro.
Olhou para fora.
O mar. "Vou julgar o mar", disse com a voz baixa, imperceptível.
Pensou então em como aquela imensidão, se parecia com o seu eu. Era onda que vinha, onda que voltava. O amor trazia, o destino tirava. A onda quebrava estupidamente, arrastando tudo o que via pela frente. A saudade era assim. Trazia de uma única vez o que estava lá atrás, atropelando tudo, sem pedir licença.
Enquanto a espuma secava, observou, a areia ficava mais fácil de afundar; depois de seca, era mais resistente. Enquanto dói um tombo, fica mais difícil levantar; depois de ajoelhados - com fé - a fortaleza fica nitida em nós. Isso não impede de, outras ondas virem, e arrancarem o que já foi construído. O engraçado é que os recomeços, são as chances de inovar.
As conchas mais bonitas, que estavam ao seu lado, colocou no bolso. As quebradas nem se importou em pegar.
O exterior é inofensivo, não tem culpa daqueles que o veêm assim. Aqueles que possuem chagas, cicatrizes vivas, são deixamos para lá. Mas trazem em si, o que ainda não aprendemos.
Com esse pensamento, devolveu todas as conchas em seu devido lugar. O curso natural deveria se profetizar sem um dedo humano. Devolver, não é perder, é ter a certeza de que estará lá, quando precisarmos. Prender é sufocar; e ninguém ama sufocado.
Quando voltasse, as conchas estariam ali, as que não estivessem, teriam de partir. Isso seria inevitável. Porém, algumas voltam... Recebe-las de volta é uma das escolhas que teria de fazer.
Ficou ali deitada, vendo a natureza de outro ângulo. Dormiu. Um sono sem sonhos.
Quando acordou, o sol estava indo embora. O mar estava quase chegando a onde tinha deitado, por pouco não molhou seus cabelos.
Quis molhar os pés, mas quando viu molhou-se até a cintura. O amr é convidativo; quando a alma está descansada, é mais ainda. Se entregar é fácil de mais. A correnteza não te deixa voltar, afinal, o mar é sózinho, é egoista. Não quer deixar partir aquilo que, por hipótese, é seu. A correnteza, não foi o motivo para que Mariana não voltasse á areia, o que lhe fez bem, lhe fez sorrir, foi os impulsos fortes que o coração dava, quando descobriu que sempre pertecenceu á um só lugar. Ao mar.
Mar e Ana - como era chamada- se tornaram únicos, dividindo um amor neutro - sal e açucar -, uma felicidade de encontro ao pôr-do-sol. Era lá que viveriam: onde há o sol.
Mergulhou e não pensou em voltar atrás. Estava feliz demais ali.
A água do mar molhou os seus passos marcados naquela areia fina, e em resposta a satisfação que sentia ao atrair uma vitima inofensiva - que dominava - deixou, em testemunha do dia que se passou, uma noite que estava por vir. O crepúsculo se fazia ao longe e nem Mariana - a doce Ana - voltaram.
Despois da noite, haveria um novo dia, um novo sol. Mas Ana se entregou ao mar e não viu a nova oportunidade.
Eliandra C. M.
Um pé esquerdo, depois o direito, foram colocados ao lado da cama. Café quente e uma janela ao som do mar. Assoprou, bebeu, e saiu.
Com os pés na areia, sentindo se afundar, sentou. Nas primeiras horas da manhã, como era de costume, gostava de obervar a vazão do seu eu. Nunca prestou atenção nas ondas, na essência do nascer do sol.
Mas como no dia anterior, a chuva caiu dos seus olhos, e a tempestade dominou seu sono, o vazio que o café não cobriu, veio a lhe tornar inofensiva. O que antes era certo, estava errado demais. A confusão lhe fez esquecer do corpo, do que se passava por dentro.
Olhou para fora.
O mar. "Vou julgar o mar", disse com a voz baixa, imperceptível.
Pensou então em como aquela imensidão, se parecia com o seu eu. Era onda que vinha, onda que voltava. O amor trazia, o destino tirava. A onda quebrava estupidamente, arrastando tudo o que via pela frente. A saudade era assim. Trazia de uma única vez o que estava lá atrás, atropelando tudo, sem pedir licença.
Enquanto a espuma secava, observou, a areia ficava mais fácil de afundar; depois de seca, era mais resistente. Enquanto dói um tombo, fica mais difícil levantar; depois de ajoelhados - com fé - a fortaleza fica nitida em nós. Isso não impede de, outras ondas virem, e arrancarem o que já foi construído. O engraçado é que os recomeços, são as chances de inovar.
As conchas mais bonitas, que estavam ao seu lado, colocou no bolso. As quebradas nem se importou em pegar.
O exterior é inofensivo, não tem culpa daqueles que o veêm assim. Aqueles que possuem chagas, cicatrizes vivas, são deixamos para lá. Mas trazem em si, o que ainda não aprendemos.
Com esse pensamento, devolveu todas as conchas em seu devido lugar. O curso natural deveria se profetizar sem um dedo humano. Devolver, não é perder, é ter a certeza de que estará lá, quando precisarmos. Prender é sufocar; e ninguém ama sufocado.
Quando voltasse, as conchas estariam ali, as que não estivessem, teriam de partir. Isso seria inevitável. Porém, algumas voltam... Recebe-las de volta é uma das escolhas que teria de fazer.
Ficou ali deitada, vendo a natureza de outro ângulo. Dormiu. Um sono sem sonhos.
Quando acordou, o sol estava indo embora. O mar estava quase chegando a onde tinha deitado, por pouco não molhou seus cabelos.
Quis molhar os pés, mas quando viu molhou-se até a cintura. O amr é convidativo; quando a alma está descansada, é mais ainda. Se entregar é fácil de mais. A correnteza não te deixa voltar, afinal, o mar é sózinho, é egoista. Não quer deixar partir aquilo que, por hipótese, é seu. A correnteza, não foi o motivo para que Mariana não voltasse á areia, o que lhe fez bem, lhe fez sorrir, foi os impulsos fortes que o coração dava, quando descobriu que sempre pertecenceu á um só lugar. Ao mar.
Mar e Ana - como era chamada- se tornaram únicos, dividindo um amor neutro - sal e açucar -, uma felicidade de encontro ao pôr-do-sol. Era lá que viveriam: onde há o sol.
Mergulhou e não pensou em voltar atrás. Estava feliz demais ali.
A água do mar molhou os seus passos marcados naquela areia fina, e em resposta a satisfação que sentia ao atrair uma vitima inofensiva - que dominava - deixou, em testemunha do dia que se passou, uma noite que estava por vir. O crepúsculo se fazia ao longe e nem Mariana - a doce Ana - voltaram.
Despois da noite, haveria um novo dia, um novo sol. Mas Ana se entregou ao mar e não viu a nova oportunidade.
Eliandra C. M.
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