quarta-feira, 23 de junho de 2010

Fragância d'alma

  "Talvez fosse o cheiro do orvalho tão puro, calmo e fresco que tivesse invadido minha garganta, queimando-a numa intensidade perceptível apenas àquele momento. Não que a beleza de outras flores, o desenho do sol nascendo, como uma pintura naturalista, ofuscasse o meu prestigio pelo simples... Mas excepcionalmente, o cheiro do orvalho, me fez fechar os olhos para todas as outras danças da natureza.
Me vi sorrindo calmamente, parada em frente aos primeiros raios de sol, e a primeira brisa da manhã.
É necessário, pelo menos uma vez na vida, que todos sintam a pureza que é o cheiro do orvalho. Ele te relembra infância, cenas rápidas e já esquecidas, te trás pessoas, momentos...
O cheiro é sem dúvidas, o artificio mais recomendado para aqueles que amam o passado. Ele é o sentido mais aguçado que temos, mesmo que imperceptível. E me diga, se não é bom, sentir um abraço forte, combinado com gotas de frescor? É a essência pura da nossa fraqueza mais bela.
Então é isso. É isso que me prende ao que ficou, é o que me prende ao que está acontecendo, e inevitavelmente o que está por vir. É o cheiro calmo e fresco, que trás a chamada nostalgia.
Dizem que são sopros de anjos, para nos fazer algum tipo de bem já esquecido. Pois estão, que seja!
Quando o êxtase do doce hálito da manhã, passou por mim, vi pessoas que eu amava e não lembra do quanto era intenso. Me lembrei que a essência humana está na alma que transborda pelos olhos, pelos sorrisos, por tudo onde possa ter verdade, nos fazendo sempre lembrar, e nunca esquecer que o quando dermos o ultimo suspiro um sopro de anjo nos fará recordar."

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